YouTube Vídeos (2023)
Imagine deixar para trás a rotina, o conforto do lar e a estabilidade de um emprego para se lançar em uma viagem sem fim, explorando diferentes culturas, conhecendo pessoas e vivendo experiências únicas. Para o engenheiro da computação Renan Greinert e a administradora Michele Martins, essa foi a decisão que mudou suas vidas. Há mais de sete anos, eles embarcaram em uma jornada nômade, saindo do Brasil em direção à Argentina e desde então têm vivido uma vida itinerante, registrando tudo em seu
canal no YouTube, o “Mundo sem fim”.Antes de realizar seu desejo de viajar pela América Latina, Renan conheceu Michele e logo começaram um relacionamento. Renan compartilhou com ela seu desejo de conhecer o mundo e, juntos, passaram a juntar dinheiro para essa aventura. Conforme o casal se aprofundava na ideia, o sonho foi se expandindo, e a ambição de explorar o mundo todo tomou forma. Eles começaram a assistir a vídeos de viagens e ler livros sobre pessoas que haviam largado tudo para viver essa experiência única
O Momento da Decisão aconteceu em meados de 2015, quando o destino entrou em cena novamente. Michele pediu demissão de seu trabalho e, por coincidência ou destino, Renan foi demitido no mesmo dia. Tomaram essa coincidência como um sinal e decidiram que era o momento de transformar o sonho em realidade. Com o dinheiro das rescisões e suas economias acumuladas ao longo dos anos, o casal vendeu todas as suas posses materiais e decidiu se aventurar na estrada, rumo ao desconhecido.
A Essência do Canal “Mundo sem fim”, diferente dos tradicionais canais de viagens que se concentram em pontos turísticos conhecidos, Renan, Michele e seu mascote Mucuvinha, um macaco de pelúcia, mostram o lado B das cidades, desvendando o cotidiano dos lugares que visitam. Seus vídeos são carregados de naturalidade e sinceridade, proporcionando aos espectadores uma perspectiva autêntica e humana dos destinos. Eles compartilham não apenas as belezas e atrações turísticas, mas também os perrengues, os desafios e as experiências gastronômicas que encontram pelo caminho.
As experiências gastronômicas do casal são um destaque em seu canal. Desde restaurantes baratos a comidas exóticas, Renan e Michele não têm medo de experimentar novos sabores e delícias locais. Eles já provaram desde espetinhos de escorpião no Camboja até o ovo fecundado filipino. Através da gastronomia, eles mergulham na cultura e nas tradições de cada destino, compartilhando com os espectadores as aventuras que acompanham cada refeição inusitada.
Renan e Michele têm uma abordagem única em sua viagem sem fim, preferindo explorar o mundo através de meios terrestres e marítimos, evitando voos sempre que possível. A carona é a modalidade de transporte preferida do casal, não apenas por ser gratuita, mas porque permite um contato mais íntimo com os locais e suas histórias. Eles valorizam cada trajeto, mesmo quando cruzam regiões remotas e pouco conhecidas, pois acreditam que nesses lugares escondem-se histórias fascinantes e lições valiosas.
Ao longo desses anos na estrada, Renan e Michele têm vivido uma vida rica em aprendizados e descobertas. Eles aprenderam a apreciar as pequenas coisas, a encontrar beleza nas simplicidades e a conectar-se genuinamente com as pessoas ao redor do mundo. Sua jornada nômade é uma prova de que a vida pode ser mais significativa quando nos permitimos sair da zona de conforto e explorar o desconhecido. A vida nômade de Renan e Michele nos inspira a olhar além das fronteiras familiares, a abraçar o espírito aventureiro e a descobrir as riquezas culturais que o mundo tem a oferecer. Seu canal “Mundo sem fim” é um convite para viajar junto com eles, explorar novos horizontes e se conectar com a humanidade em sua forma mais genuína.
Ao optarem por um estilo de vida alternativo, eles nos mostram que a viagem não precisa ser apenas uma pausa temporária da vida cotidiana, mas sim uma jornada sem fim de aprendizado, crescimento pessoal e encontros significativos. Através das lentes de Renan e Michele, aprendemos que o mundo está cheio de maravilhas a serem descobertas, e que as melhores histórias são vividas fora da zona de conforto. Afinal, a vida é uma jornada sem fim, e cada passo adiante nos enriquece com novas experiências e perspectivas.
A resposta é um sim retumbante. Quatro anos depois, Renan e Michele percorreram grande parte do mundo, visitaram países que nem sabiam que existiam, viveram experiências únicas e transformadoras, e derrubaram muitos preconceitos enraizados. Se questionam o que seria de suas vidas se tivessem seguido o caminho convencional. Talvez estivessem em empregos estáveis, recebendo bons salários e desfrutando de conforto material. Ou talvez já tivessem construído uma linda casa e começado uma família. Há até a possibilidade de que tivessem enfrentado desemprego e desafios em meio a crises.
Mas uma coisa é certa: a jornada na estrada lhes proporcionou uma riqueza de experiências que vão além de qualquer expectativa. Ao viverem intensamente os prazeres e desafios que o mundo tem a oferecer, eles encontraram um significado profundo e uma perspectiva que só poderiam alcançar em suas aventuras. Essa experiência os ensinou a valorizar o presente, a compreender as diferentes culturas e a encontrar beleza nas coisas mais simples.
A história inspiradora de Renan e Michele mostra que, às vezes, é necessário romper com a norma e seguir o chamado do coração. Decidir embarcar em uma jornada incerta pode ser assustador, mas é uma oportunidade única de crescimento pessoal e autodescoberta. A vida na estrada abriu seus olhos para a vastidão do mundo e para a diversidade humana, derrubando barreiras mentais e preconceitos.
Renan e Michele provam que há mais na vida do que seguir um caminho pré-determinado. Às vezes, é preciso coragem para deixar para trás o conforto do conhecido e se aventurar em territórios desconhecidos. Sua história nos lembra que nossos sonhos são valiosos e que, quando alinhados com nossos valores mais profundos, podem nos guiar para experiências inesquecíveis e gratificantes. Então, se você também tem um sonho guardado em seu coração, talvez seja hora de pensar seriamente em dar o primeiro passo rumo a uma jornada que mudará sua vida para sempre.
YouTube Vídeos (2023)
Desde os primeiros acordes tocados em um instrumento musical até a era digital em que vivemos, a música sempre teve o poder de emocionar, entreter e conectar as pessoas em todo o mundo. Uma das revoluções mais marcantes na indústria da música foi o advento dos videoclipes, uma forma de arte audiovisual que não apenas aprimorou a experiência auditiva, mas também revolucionou a maneira como consumimos música. Neste artigo, exploraremos a história dos videoclipes, sua influência na música, no rádio e na TV, e sua relação contínua com o YouTube.
O videoclipe é um filme curto que tem como elementos básicos música, letra e imagens. Usados para causar sensações e identificação da pessoa que assiste, sem a necessidade de seguir uma linha cronológica tão presentes nas produções audiovisuais. Nem sempre o que a gente está vendo vídeo condiz com a letra da música. O importante é que as imagens estejam em harmonia com a melodia.
A história do videoclipe começa na rússia em 1920 com Dziga Vertov e seu filme chamado “O homem com uma câmera”. O filme tem a duração de uma hora e vinte, muito mais com o clipe normal que tem em torno de 4 e 5 minutos. Mas a forma de criação do filme realizada por Vertov é considerada precursora dentro do gênero. O filme é feito com cortes rápidos, montagem, músicas e efeitos para criar um novo tipo de narrativa, sem preocupar em seguir uma linearidade. Ainda hoje conseguimos ver muitas semelhanças entre estética atuais dos videoclipes e os trabalhos experimentais de Vertov.
Mas o primeiro videoclipe mesmo que se tem história é do rei do rock Elvis Presley com “Jailhouse Rock”, que consiste em cenas do filme estrelado por Elvis em 1959. Mas o videoclipe começou a ser amplamente divulgado mesmo com os Beatles em filmes como “A Hard Day’s Night” e “Help!. Nos anos 60, devido à grande demanda e falta de tempo na agenda, viram necessidade de gravarem a banda tocando, pois não poderiam comparecer a todos os programas as quais eram convidados. Embora esses filmes não fossem exatamente videoclipes, eles mostraram o potencial de combinar música e imagem de forma atraente.
Até aqui os clipes eram basicamente gravados ao vivo. A partir dos anos 80 é que o videoclipe passa a ter uma linguagem estética própria, que é geralmente é caracterizada por uma montagem fragmentada e acelerado com planos curtos misturados, narrativa não-linear, multiplicidade visual e riqueza de referências culturais e forte carga emocional nas imagens apresentadas.
A verdadeira revolução aconteceu na década de 1980, com o lançamento do canal de televisão MTV (Music Television), que popularizou ainda mais o formato videoclipe. Com o canal feito exclusivamente para lançamento exibição de vídeos musicais, apresentado por personalidades no meio musical e audiovisual, a MTV consolidou e impulsunou o gênero da época, dando espaço para novos artistas, bandas e diretores que inclusive começaram a carreira produzindo clipes, onde alguns se tornariam os cineastas de referência em hollywood.
O primeiro clipe transmitido pela MTV foi dos britânicos The Buggles – “Video Killed the Radio Star” (1980). A letra da música fala sobre a transição do rádio para a tv como uma canção do adeus e trata a questão como algo bem futurista e inovador , que pra época foi de fato.
“Bohemian Rhapsody” foi lançado com o objetivo de divulgar o quarto disco do Queen. Diferente dos antecessores, não deriva de um filme e é basicamente a banda cantando em imagens dos integrantes em diferentes formações guiados pelo ritmo da música, em vários picos e recaídas por se tratar de uma ópera rock. O vídeo foi feito para ir ao ar durante os shows, já que se trata de uma canção complexa se escutarem uma performance ao vivo. Além disso, ajudou a banda no lançamento do single já que não poderiam comparecer em todos os programas durante a turnê.
O primeiro videoclipe brasileiro foi ao ar no fantástico em 1975. Aliás, antes da MTV chegar por aqui, era através do programa dominical que os artistas brasileiros divulgaram suas músicas com os clipes. A canção “América do Sul”, interpretada por Ney Matogrosso, ganhou um vídeo onde o cantor interpreta com uma caracterização exuberante. Gravado no brasil, mostra como nossas matas e rios é um intactas e com um tom de profecia, anunciou a devastação que assistimos atualmente.
arco histórico do videoclipe, “Thriller” de Michael Jackson foi uma superprodução para época e contou com a direção do cineasta John Landis. São 14 minutos de cenas com maquiagem, figurinos e efeitos especiais fantásticos, representando tudo é contado na letra da música. Na época, Michael era testemunha de jeová e devido a isso o clipe começa com uma mensagem: “Devido às minhas fortes convicções pessoais, este filme não promove de maneira alguma a cremça em fenômenos ocultos”. O sucesso do clipe foi tanto, que era exibido a cada 40 minutos da MTV americana e é considerado o melhor e mais bem sucedido videoclipe de todos os tempos.
Like a Prayer” (1989) é considerado como o clipe mais polêmico de Madonna, possui cenas da artista beijando um santo negro, cruzes sendo queimadas e um coral gospel onde a artista exibe um generoso decote. Muitos questionamentos sociais abrangem o clipe e ajudou ao álbum que levava o mesmo nome, chegar ao primeiro lugar nas paradas. A coragem da cantora na época foi muito questionada a fazer do vídeo uma referência à letra da música traçando um paralelo entre sexo, religião, pecado e devoção.
“Freedom’ 90” George Michael (1990). Dirigido pelo então estreante David Fincher, depois consagrado pelo filme “Clube da Luta”, o clipe de George Michael reuniu supermodelos da época na intenção do intérprete não ser o centro das atenções. Usou de efeitos visuais bem realista, como a cena da banheira em que não há uma gota de água, mas o fato da modelo está envolta em óleo de bebê dá a impressão de umidade.
Na MTV tupiniquim, o clipe estreante foi “Garota de Ipanema”, uma versão remix interpretada por Marina Lima (1990). A escolha não foi aleatória. A música era a mais representante da cultura brasileira na época. merece estar nessa lista.
Hello” – Adele (2015). O clipe de Adele conta a história de um romance interrompido por desentendimentos. Utiliza de uma coloração sombria que ajuda a remeter um momento de tristeza e lembranças. Em algumas cenas a protagonista não aparece deixando o espectador em seu papel. Foi o clipe muito esperado devido o hiato que a cantora fez em sua carreira. O lançamento alcançou a marca de 20 milhões de visualizações em 24 horas chegando a 100 milhões de views em cinco dias.
“Sua Cara” Aitta e Pablo Vitar (2017) – E para jogar bem a sua cara, não poderia faltar a parceria entre Anitta e Pablo Vitar. Isso colocou o Brasil no mesmo ranking de Adele ao se tornar o sétimo vídeo mais visualizado do YouYube em suas primeiras 24 horas, alcandando a marca de quase 18 milhões de views.
Os videoclipes transformaram a música em uma experiência multimídia. Eles permitiram que os artistas contassem histórias visuais que complementavam suas canções. Isso não apenas aumentou o apelo das músicas, mas também ajudou os ouvintes a se conectar emocionalmente com as letras e melodias. Os videoclipes se tornaram uma forma de arte por direito próprio, com diretores talentosos como David Fincher, Spike Jonze e Michel Gondry contribuindo para a evolução deste meio.
Além disso, os videoclipes desempenharam um papel crucial na promoção de novos artistas e no rejuvenescimento das carreiras de artistas estabelecidos. Um videoclipe memorável poderia impulsionar uma música ao topo das paradas e tornar um artista uma sensação instantânea. A combinação de música e imagem permitiu que os artistas explorassem sua criatividade e construíssem marcas fortes.
Com o avanço tecnológico, da internet e as plataformas virtuais, as produções exibições de clipes acabaram tomando uma outra proporção, a da esfera virtual. Plataformas como o YouTube se tornaram o principal meio de divulgação lançamento de vídeo pelos artistas, dando oportunidades também produções independentes, tornando um meio muito mais democrático.
Além disso, o YouTube democratizou a criação de videoclipes. Artistas independentes e de orçamento limitado agora tinham a capacidade de produzir vídeos de alta qualidade e alcançar um público global sem a necessidade de grandes orçamentos de produção.
Apesar das mudanças na forma como consumimos música, os videoclipes continuam sendo uma parte essencial da cultura musical. Eles não apenas proporcionam uma experiência visual única, mas também ajudam os artistas a contar histórias, criar identidades visuais distintas e envolver os fãs de maneiras inovadoras.
Os videoclipes revolucionaram a indústria da música, proporcionando uma experiência audiovisual única que elevou a música a um novo patamar. Eles influenciaram não apenas a música em si, mas também a televisão, o rádio e a maneira como os fãs interagem com suas músicas favoritas. Enquanto a indústria musical continua a evoluir, os videoclipes permanecerão uma forma cativante e poderosa de contar histórias e transmitir emoções por meio da música.
YouTube – Comédia (2023)
Os Cavalinhos do Fantástico foram criados durante o Campeonato Brasileiro de 2008 pelo apresentador Tadeu Schmit. Na época, três times estavam empatados e para ver quem estava em primeiro só com photochart, usado em corridas de cavalos, brincou Schmit. Foi aí que surgiram os cavalinhos. Hoje já existem rumores que eles vão ser aposentados, mas por enquanto estão bem ativos sob o comando de Alex Escobar, tanto que ganharam até um programa especial mensal no canal da TV Globo no Youtube, O Boletim dos Cavalinhos, onde comentam os principais acontecimentos do Campeonato Brasileiro.
Conteúdo.
Atualidades (2023)
É possível nos anos 2000 em um mundo cercado de violência e sofrimento ter alguém santo? Sim é possível. Esta é a história do beato Carlo Acutis, um católico italiano, que viveu apenas 15 anos, falecendo de leucemia em 12 de outubro de 2006. No entanto desde sete anos, dedicou toda sua vida à fé católica e a ele são atribuídos dezenas de milagres, inclusive no Brasil, o qual o levou a beatificação em 2020.
A emocionante história de Carlo Acutis é contada no documentário biográfico espanhol dirigido por José María Zavala, O Céu Não Pode Esperar. Carlo viveu uma vida de santidade em um mundo perdido.
Assista agora ao trailer de lançamento do documentário, também a explanação do Padre Paulo Ricardo sobre um pouco da história de Carlo Acutis e ainda sobre o que é a Transubstanciação e a eucaristia.
Carlo Acutis nasceu em Londres porque seus pais estavam na Inglaterra por causa do trabalho do pai que na época lidava com sistema financeiro. Lá mesmo em Londres Carlo foi batizado e logo depois foi para Milão na Itália com a família onde foi criado, por isso é considerado italiano.
A família de Carlo era de uma classe economicamente de nível superior e nada faltava ao pequeno, exceto espiritualmente. Os pais de Carlo, apesar de católicos, não eram praticantes. A própria mãe, Antônia, declarava ter ido à igreja três vezes: no dia da primeira comunhão, da Crisma e do casamento.
Mas a providência divina mandou uma babá polonesa chamada curiosamente de Beata. Isto mesmo, Beata. Ela começou ensinar a ele sobre religião e logo muito cedo com três anos de idade Carlos começou a demonstrar um interesse enorme pelas coisas de Deus.
Neste ambiente de busca de fé que Carlo cresceu e logo manifestou seus dois grandes pilares da sua espiritualidade, Eucaristia e Nossa Senhora a qual por devoção da família por parte dos avós, foi visitar o Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Pompeia, onde se consagrou a Santa.
Carlos logo desde cedo manifestou a vontade de receber a santa comunhão. Mas com apenas sete anos de idade, era considerado muito novo para isto. No entanto por tanto insistir, que convence os pais se apresentam ao secretário do Papa Paulo VI onde comprovam a maturidade da fé daquele menino que quer comungar não apenas por um capricho.
Após receber a primeira comunhão, Carlo começou a desenvolver sua fé na eucarística. Algo espantoso começou a acontecer. Ele passou a insistir em ir à missa todos os dias. Mas como seus pais não o acompanhava, deixava a cargo de um empregado indiano esta tarefa.
Carlo, ainda com seus 9 anos de idade falava tanto da eucaristia (que Jesus está de Verdade vivo na Eucaristia), que o indiano que o acompanhava até a Igreja, pediu para ser batizado para poder comungar junto com ele. Diz que esta foi a primeira conversão de Carlo que depois foi envolvendo os seus primos e seus amiguinhos para que todos se confessassem e fossem fazer a primeira comunhão.
O biógrafo do Carlo, Nicola Gori escreveu o livro “Eucaristia, Minha Estrada para o Céu” que é uma frase do próprio Carlo Acutis, fala de um diálogo em que ele pergunta: Jesus está na eucaristia só simbolicamente? Carlo reage; “não só simbolicamente, mas está lá substancialmente”.
Durante a curta vida de Carlo, além de dedicar aos estudos e a fé católica, ele era um jovem comum. Nas horas vagas ele gostava de tocar seu saxofone, jogar videogame e era fascinado por computação, principalmente na produção de sites e vídeos. Um destes trabalhos foi em que explica passo-a-passo o mistério da transubstanciação, e ainda o que é a substância, espécies, acidentes ou aparência externa.
O que é o mistério da transubstanciação?
Segundo ele, as características externas de um objeto, animal ou pessoa ou seja seu tamanho e sua cor, sua forma etc, os teólogos e filósofos chamam de acidentes ou espécies. No exemplo no vídeo ele considera um vaso laranja que é pintado de azul. Portanto afirmamos que a cor é uma característica externa, acidentes ou espécies mudaram. Ele não seria mais laranja e sim azul, mas continua sendo um vaso, isto é, sua substância não alterou.
Na eucaristia as coisas mudam um pouco. A hóstia e o vinho continuam tendo as mesma caracaterísticas como cor, forma e ou sabor, mas suas substâncias após a consagração mudam. Passam a ser o corpo e o sangue de Cristo. Muitos teólogos atuais que dizem que Ele está lá presente só simbolicamente. Mas Carlo é taxativo: essas pessoas estão erradas: Jesus está substancialmente presente, Vivo e verdadeiro.
O que é a Eucaristia? Uma das partes mais importantes de uma Missa.
Um dia Carlo deixou o pai dele André boquiaberto: Seu pai ofereceu a ele ir a uma peregrinação para Jerusalém com grupo de padres e amigos. Carlo disse prefirir ficar em Milão. Disse, há tanto sacrários, há tantos Tabernáculo onde Jesus está presente na eucaristia e não e necessário ir para Jerusalém para ver onde Jesus esteve há dois mil anos atrás, quando posso estar com um de Jesus que está hoje vivo.
Carlo com toda sua maturidade espiritual comentava ao ver os adolescentes como ele fazendo filas nos estádios de futebol, filas nos shows de rock, e perguntava: porque eles não fazem filas para ir à igreja. Nós temos ali Jesus ao vivo no sacrário.
Carlo Acutis foi nosso contemporâneo. Viveu apenas quinze anos entre 1991 e 2006 aos quais dedicou toda a vida à fé católica. Na época a internet ainda engatinhava e ele já percebia o seu potencial e usou como instrumento de evangelização. Trabalhou para montar sites de paróquias e do apostolado voluntariado, na escola dos Jesuítas onde estudava o segundo grau. Ele é considerado o primeiro santo youtuber e certamente poderá ser invocado como padroeiro da internet.
No site pessoal que criou, ele focou nos milagres eucarísticos e nas aparições de Nossa Senhora. Ele dizia que se Deus deu ao trabalho de vir do céu para fazer esses Milagres é porque esses milagres tinham de ser conhecidos. Assim o menino com 11 para 12 anos de idade começou a trabalhar é uma pesquisa e na preparação de uma amostra e depois se tornou a mostra internacional sobre os milagres eucarísticos.
Esse menino fez uma pesquisa tão extensa com inúmeros Milagres eucarísticos que levou quatro anos em um esforço impressionante. Ele fazia com que os pais viajassem com ele para poder colher fotografias, informações, livretos sobre os milagres eucarísticos, enfim, material que não estava ainda disponível na internet.
O objetivo de Carlo era mostrar para os jovens Sobretudo com argumentos apologéticos, para convertê-los, fazer com que os jovens enxergassem a verdade que ele já enxergava na fé: a presença de Jesus na Eucaristia. os milagres não são a presença de Jesus na Eucaristia, mas os milagres apontam, mostram, divulgam o sobrenatural que está na Eucaristia.
Carlo há uns dois mês antes de morrer parece que já pressentia de alguma forma a morte. Existe um vídeo em que Carlo gravou, olhando meio de lado comentando: “Eu estou destinado a morrer”. Dias depois ele pega uma gripe, que depois pensaram que era caxumba. Quando os sintomas complicam, levam Carlo a um hospital e ali vem o diagnóstico de que ele tem leucemia, ou seja, é câncer no sangue do tipo mais grave, fulminante e que ele tem poucos dias de vida.
Mesmo antes de tudo isto, já havia algo de misterioso, pois ele já sabia que ia morrer antes ser internado, antes do diagnóstico de leucemia. Ele já dizia aos pais que oferecia os seus Sofrimentos pelo Papa, na época do Papa Bento VI, pela igreja e pela conversão dos pecadores para que ele não passasse pelo purgatório e fosse direto para o céu. Quando ele colocou os pé dentro do hospital, disse para mãe: “Daqui eu não saio mais”.
Quando faleceu em seu funeral em Milão, foi que observou o quanto Carlo com o seu magnetismo espiritual atraia as pessoas. A igreja estava cheia até do lado de fora. A mãe do Carlo admirada perguntou de onde vem toda essa gente que eu não conheço? Uma das coisas que Carlo fazia, era sair com sua bicicleta visitando os condomínios, os prédios, abordando pessoas que não eram católicos, não eram cristãos, como hindus, budistas ou até muçulmanos. Tentava trazê-los para fé católica.
Carlo saía junto com o seu quem é amigo hindu à noite para oferecer um jantar, uma bebida quente, para dar para aos pobres Um dia a mãe quis comprar para ele um outro par de sapatos, Carlo disse não. Você precisa, só tem esse parte sapatos; insistia a mãe. Mas e os pobres que não tem nada – rebatia Carlo.
Um belo dia ele sai de casa encontra um mendigo sem sapatos no frio. Deixa o sapato dele e volta para casa descalço. E esse é o tipo de amor que ele aprendeu na eucaristia e que foi fazendo de Carlo o grande santo que ele se tornou.
Os pedidos para sua beatificação começaram não muito tempo depois de sua morte, ganhando impulso significativo no ano de 2013, depois que a causa começou e ele se tornou intitulado como um Servo de Deus – o primeiro estágio no caminho para a santidade. O Papa Francisco declarou que ele era Venerável em 5 de julho de 2018, ou seja, foram reconhecidas as suas virtudes heroicas.
Nesta época a família de Carlo resolveu atender a vontade de ele ser enterrado em Assis, ou seja, na terra de São Francisco. Para isso seu corpo teve de ser exumado. Quando isto aconteceu várias testemunhas afirmam que seu corpo estava intacto, ou seja, sem sinais de decomposição 13 anos após a morte. Embora seu corpo estivesse com aparência saudável, a verdade não é bem como dizem. O seu corpo estava bem conservado, é verdade. Mas extremamente desidratado, como esperado. Trataram o corpo com uma espécie de conservação e depois criaram uma máscara de silicone para cobrir o rosto que recordasse o rapaz e desse a impressão que esteja dormindo, mas o bonito é que pela primeira vez na história foi possível ver um santo vestido de calça jeans, tênis e moletom.
Já existem alguns Milagres, prodígios e conversões atribuídos a intercessão do Carlo. Incluindo o milagre apresentado para a beatificação que liga Carlo ao Brasil. Este milagre aconteceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O padre Marcelo Tenório foi instrumento de Deus para que um milagre acontecesse. Em sua paróquia havia um menino de três anos com uma doença incurável e os médicos já não davam esperanças por causa de seu estado de saúde. Em uma das missas, o menino tocou em uma relíquia do jovem – a parte do tecido de uma roupa — que fez parte de celebração da bênção na igreja no dia 12 de outubro, e pediu para ser curado.
A partir desse dia, o menino passou a conseguir se alimentar com comidas sólidas, nunca mais vomitou e teve certeza da cura em fevereiro de 2014, quando exames médicos mostraram que não havia mais nenhum problema de saúde.
Muitos poderiam dizer que o seu aprendizado de fé foi resultado de repetições… Mas Carlo tinha um diretor espiritual, um padre que morava em Bolonha, em que se encontravam uma vez por mês, quando prestava contas do seu Progresso espiritual. Já no fim da vida Carlo disse ao seu diretor espiritual aqui estava muito contente porque já conseguia rezar diante do Santíssimo sacrário, fazer adoração, sem nenhuma distração. Carlo insistia muito na missa diária, na comunhão diária e ele fazia sempre um momento de adoração antes da missa em preparação e depois o momento de Ação de Graças em que ele ficava depois de ter comungado.
Carlo antes de morrer eu disse com toda clareza para os pais que Nossa Senhora foi a única mulher da minha vida. Muito daquilo que era o Carlo, foi descoberto depois que ele morreu em 2006 através daquilo que deixou nos computadores. Nos seus históricos do aparelho, não havia o mínimo, absolutamente nada, o mínimo traço de um site menos puro ou escandaloso, absolutamente nada. Pureza total. Se você é jovem, Carlo Acutis é bom exemplo para venerar e seguir.
Atualidades (2023)
Em um sábado, no dia 7 de outubro de 2023, o mundo acordou atordoado com um ateque sem precedentes do grupo armado palestino Hamas contra Israel. Antes o foco concentrado na guerra entre Croácia e Rússia, que agora perde espaço para o conflito entre os povos de Israel e Palestina.
Apesar da enorme diferenças entre o poderia militar israelense e as forças do Hamas, Israel foi surpeendido com ataques de terra e ar nunca presenciados, o que fez todo o mundo voltar suas câmeras para o conflito. Além das redes de notícias 24 horas e muitos canais que cobrem a guerra ao vivo, como é comum nos dias de hoje, surgiram vídeos no Youtube que tentam explicar as origens e porque deste conflito.
Um desses documentários foi um produzidos pelo canal BBC News dividido em três partes que tenta explicar o porque do conflito de ontem, hoje e sempre.
Para entender porque o grupo Hamas atacou Israel é preciso voltar ao início do século XIX quando o sionísmo se espalhou pela Europa. Mais antes temos de citar o termo antissemitismo que foi um dos motivos para o surgimento do movimento do sionismo. Além disso, foi importante outro fenômeno histórico, a Diáspora Judaica. Entendendo estas três difinições, você começara a entender o que aconteceu naquele sábado, que muitos compararam ao acontecimentos de 11 de setembro.
O antissemitismo, que é o preconceito, a hostilidade ou a discriminação contra judeus, tem raízes profundas na história e se desenvolveu ao longo de séculos. Não há uma única data ou evento específico que tenha marcado o surgimento do antissemitismo, mas é possível identificar vários momentos-chave e fatores históricos que contribuíram para sua formação.
O antissemitismo tem raízes antigas, remontando a períodos pré-cristãos. Na Antiguidade, os judeus eram frequentemente considerados estrangeiros e diferentes das sociedades em que viviam devido às suas práticas religiosas e culturais distintas que frequentemente exacerbavam estereótipos e preconceitos.
Com a ascensão do cristianismo no Império Romano, a relação entre judeus e cristãos tornou-se tensa. O cristianismo adotou algumas visões negativas em relação aos judeus, associando-os ao papel da crucificação de Jesus Cristo.
Durante a Idade Média, os judeus enfrentaram perseguições e expulsões em várias partes da Europa. Por exemplo, eles foram expulsos da Inglaterra em 1290 e da Espanha em 1492. O surgimento do mito da “conspiração judaica” também teve um papel na disseminação do antissemitismo, com a falsa alegação de que os judeus estavam conspirando para controlar o mundo.
O antissemitismo culminou em um dos eventos mais sombrios da história, o Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas, liderados por Adolf Hitler, perseguiram e assassinaram sistematicamente milhões de judeus em um genocídio sem precedentes. O Holocausto chocou o mundo e trouxe uma consciência renovada sobre os perigos do antissemitismo.
Com antissemitismo, entre outros fatores, ocorreu o fenômeno histórico denominado diáspora judaica. Este fato se estende por milênios e desempenhou um papel fundamental na formação da cultura, da religião e da história judaica. O termo “diáspora” refere-se à dispersão do povo judeu por diferentes partes do mundo, fora de sua terra ancestral na Terra de Israel. O Holocausto, como citado antes, levou a um grande deslocamento de sobreviventes judeus após a Segunda Guerra Mundial.
A diáspora judaica foi impulsionada por uma série de fatores ao longo dos séculos:
Sionismo é o termo utilizado para se referir a um movimento político que surgiu na comunidade judia europeia no final do século XIX e que defendia a ideia da formação de um Estado Nacional que abrigasse os judeus na Palestina. A partir dessa definição, é importante esclarecer que, quando surgiu, o sionismo não tinha apenas um caráter nacionalista, mas era um movimento que visava colonizar definitivamente a Palestina.
O principal defensor do sionismo foi o húngaro Theodor Herzl que cresceu em uma família judia assimilada e adquiriu uma educação sólida, estudando direito na Universidade de Viena e, posteriormente, trabalhando como jornalista.
Para promover sua visão, Herzl convocou o Primeiro Congresso Sionista em Basileia, Suíça, em 1897. O congresso marcou a fundação da Organização Sionista Mundial (OSM), que se tornou o principal veículo para a promoção do sionismo em todo o mundo. Herzl foi eleito como o primeiro presidente da OSM, cargo que ocupou até sua morte em 1904.
Herzl argumentava que a criação de um Estado judeu resolveria não apenas o problema do antissemitismo, mas também proporcionaria um refúgio seguro para os judeus em todo o mundo. Ele propôs que o Estado fosse estabelecido com o apoio das potências mundiais e com base em princípios democráticos e igualitários.
Você sabia que havia diferentes opções para criação do estado judeu? Até mesmo a Argentina foi cogitada, assim como na Uganda na Africa ou mesmo uma região da Sibéria chamada Birobidzhan (Birobidjan), na fronteira entre a Rússia e a China. Mas haviam partidários que sugeriram a criação de um Estado no território onde se situara o reino de Israel histórico, na área geográfica conhecida na época como Palestina, em faixa de terra de cerca de 400 km de extensão entre o Mar Mediterrâneo e o vale do rio Jordão.
O problema é que esta região não estava vazia e é considerada sagrada não apenas pelos judeus, mas também por muçulmanos e cristãos. Além disso, quando a criação do Estado judeu começou a ser considerada, essa área pertencia ao Império Otomano. E, apesar de existir uma pequena comunidade judaica lá, a população era predominantemente árabe.
Mas um acontecimento histórico mudou tudo: a Primeira Guerra Mundial. No final da chamada Grande Guerra, o Império Otomano foi derrotado e se desintegrou. As potências européias que venceram a guerra dividiram entre si vários de seus territórios. Entre outras partes do Oriente Medio, os britanicos passaram a controlar a região da Palestina.
O governo britânico da época era favorável à causa sionista e tornou isto claro com a Declaração de Balfour, que foi uma carta escrita pelo então Ministro das Relações Exteriores britânico, Arthur Balfour. O documento teve um impacto profundo na história da região que hoje abriga Israel e os Territórios Palestinos. Essa declaração delineou o compromisso do Reino Unido em apoiar o estabelecimento de um “lar nacional para o povo judeu” na Palestina.
Os britânicos acreditavam que a Declaração de Balfour poderia influenciar as comunidades judaicas na Rússia e nos Estados Unidos, ambos importantes aliados na guerra. Além disso, os britânicos consideravam a possibilidade de manter um controle indireto sobre a Palestina.
A Declaração de Balfour foi cuidadosamente redigida para evitar compromissos específicos e garantir que os direitos das comunidades não judaicas na Palestina fossem preservados. No entanto, ela estabeleceu o apoio oficial britânico à ideia de um Estado judeu na Palestina.
Durante a administração do Reino Unido, a população judaica na Palestina aumentou significativamente devido à imigração judaica, em conformidade com a Declaração de Balfour. O apoio britânico à migração judaica e ao estabelecimento de um lar nacional levou a conflitos com a população árabe local. Esse conflito eventualmente evoluiu para o conflito árabe-judeu, que continuou mesmo após a retirada britânica da Palestina em 1948.
Para tentar resolver este conflito em 1947, a ONU aprovou um plano de partilha que levou à criação do Estado de Israel em 1948. O plano consistia na criação de um Estado Judeu e um Estado Árabe com Jerusalém com um regime especial.
Os judeus que viviam lá aceitaram a oferta, mas os palestinos não estavam disposto a ceder seu território. O plano da ONU foi aprovado, mas nunca foi implementado. E detonou uma sucessão de eventos que mudariam a história.
No dia 14 de maio de 1948 duas coisas aconteceram: o chamado mandato britânico da Palestina encerrou oficialmente e se retirou imediatamente da região sem implementar o plano de partilha da ONU. Também neste dia o líder judeu David Ben-Gurion proclamou o estabelecimento do Estado de Israel. No dia seguinte, cinco países árabes vizinhos declararam guerra ao recém-criado país e invadem o novo estado judeu, iniciando a Guerra Árabe-israelense.
Após um ano de batalhas, Israel não apenas vence a guerra, mas também expande seu territorio – e ocupa a parte ocidental de Jerusalém. Enquanto isso, a vizinha Jordânia ocupa a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém. O Egito fica com Gaza. No estanto, os palestinos, continuam sem um Estado definido.
A Guerra Árabe-israelense ocorreu 70 anos atrás, mas teve duas consequências que persistem ainda hoje:
Em junho de 1967, ocorreu um novo conflito, conhecido como Guerra dos Seis Dias. Que durou exatos seis dias – e no final Israel ocupou a Cisjordânia, incluindo a parte oriental de Jerusalém, Gaza e a Península do Sinai, que pertencia ao Egito.
O último grande conflito dessa série de disputas internacionais entre árabes e israelenses foi a Guerra do Yom Kipur, que em 1973 colocou o Egito e a Síria contra Israel. A guerra durou 20 dias, mas suas consequências se estenderam por anos e levaram a um evento muito importante para a região.
Em 1978, o Egito se tornou o primeiro país árabe a assinar a paz com Israel – nos Acordos de Camp David. Dessa maneira, o Egito recuperou o Sinai, mas renunciou à Faixa de Gaza. Apenas a Jordânia e Egito assinaram o tratado de paz com o Estado judeu. Esse foi um ponto de inflexão que também marcou o relacionamento de Israel com os outros países árabes.
Até hoje, os outros Estados árabes da região, além do Irã, não reconhecem o Estado de Israel e consideram o território sob ocupação ilegal. No fim das contas, os Acordos de Camp David foram muito importantes porque marcaram o fim da guerra aberta entre Israel e os Estados árabes vizinhos. A partir daquele momento o conflito se concentrou não mais na luta entre os Estados árabes vizinhos, de diferentes nacionalidades e Israel mas na luta entre palestinos e israelenses.
A relação entre israelenses e palestinos tem sido complicada desde o início. Uma destas complicações são os assentamentos judaicos, assim como são conhecidas as comunidades que começaram a ser construídas por Israel em território palestino depois da guerra de 1967.
Durante o domínio britânico e após o Holocausto e a criação do estado de Israel milhares de judeus migraram para a região palestina. Hoje, os israelenses são cerca de 8 milhões e meio e a maioria vive dentro das fronteiras do estado de Israel. Mas mais de meio milhão vivem em assentamentos, localizados nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Esses assentamentos são como bairros protegidos por cercas, muros e pelas forças de segurança israelenses que começaram a ser construídos nos territórios ocupados durante a Guerra dos Seis Dias. Ao longo dos anos, eles cresceram muito — em número e população à custa dos habitantes palestinos, que acusam o Estado israelense de demolir suas casas, invadir e desapropriar suas terras e restringir sua liberdade de movimento.
A comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas e o Tribunal Internacional de Justiça, considera esses assentamentos ilegais. Segundo a Convenção de Genebra proíbe um país de transferir sua população para o território que ocupou militarmente. No entanto, os israelenses defendem que esta regra não pode ser aplicada à Cisjordânia. Segundo eles, antes de 67 não havia uma soberania clara. Ou seja, eles argumentam que, antes de chegarem, esse território não era oficialmente de ninguém.
Por outro lado, os assentamentos judeus transformam o território palestino em um mosaico fragmentado. E aqui devemos falar de outro protagonista deste conflito: a Organização para Libertação da Palestina, liderada por Yasser Arafat. A OLP era uma coalizão de movimentos políticos e paramilitares criados em 1964 com três objetivos principais:
Durante anos, a OLP lançou operações militares contra Israel, primeiro da Jordânia e depois do Líbano. Isso desencadeou um conflito no sul do Líbano em 1982. Fato é que durante anos o conflito entre palestinos e israelenses manteve a região em tensão. Essa tensão, a superlotação nos territórios ocupados, as difíceis condições econômicas e os confrontos entre o exército israelense e a população palestina provocaram protestos violentos em 1987. Foi o que foi chamado de “intifada”, uma palavra árabe que significa “levante”.
Um ano depois, a Jordânia renunciou às suas pretensões sobre a Cisjordânia e reconheceu a Organização de Libertação da Palestina como o único representante legítimo do povo palestino. Essa primeira Intifada terminou em 1993 com a assinatura dos Acordos de Paz de Oslo entre a OLP e o estado de Israel. Esse acordo foi muito importante na época, porque ambas as partes se comprometeram a buscar a paz e a colocar fim nos conflitos.
A Autoridade Nacional Palestina foi criada nessa ocasião e, anos depois, em 2013, adotou oficialmente o nome de Estado Palestino, reconhecido por 139 dos 193 países que compõem a ONU, dois terços.
Mesmo assim, nos anos seguintes aos Acordos de Oslo e após a fracassada cúpula de paz de Camp David em 2000, as relações entre as duas comunidades permaneceram muito tensas e os confrontos violentos continuaram a acontecer.
Ainda no ano 2000, teve início a segunda intifada, catalizada por evento puramente simbólico: A visita do então candidato a primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ao Monte do Templo — também chamado Esplanada das Mesquitas, local considerado sagrado tanto por judeus quanto por muçulmanos. A visita foi vista como uma provocação, enfureceu palestinos e deu início à segunda intifada. Mais violenta que a primeira, ela terminou em 2005 com a retirada de Israel de Gaza.
Em 2002, Israel começou a construção de um muro de concreto cercando parte dos territórios ocupados da Cisjordânia, separando-a de Israel, sob o argumento de que estaria protegendo seu território. Apesar das críticas de autoridades internacionais e dos apelos pra que fosse destruído, o muro hoje tem mais de 760 km.
A mais recente escalada de violência eclodiu em 2017, motivada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel. Mas fato é que, nas últimas décadas, os Estados Unidos estiveram perto de Israel, dando inclusive apoio financeiro ao país.
A potência do exército israelense e suas ações nos territórios palestinos há anos estão no centro de uma discussão sobre uma possível resposta desproporcional dos israelenses a ataques palestinos e pra conter episódios de violência.
Nos últimos anos, as Forças Armadas de Israel realizaram numerosos bombardeios na Faixa de Gaza e, em menor grau, na Cisjordânia, que há décadas vem sendo progressivamente ocupada pelos assentamentos e que hoje se espalham por praticamente por todo o território e tornam cada vez mais distante a possibilidade de construção de um Estado palestino.
Segundo Israel, as ações militares são respostas a ataques de palestinos contra população civil do grupo extremista islâmico Hamas, que nunca reconheceu acordos assinados entre outras organizações palestinas e Israel. Somente nos últimos 20 anos, morreram no conflito mais de 1.200 israelenses e 8.400 palestinos.
De todos os elementos do conflito entre israelenses e palestinos, a cidade de Jerusalém talvez seja o mais complicado e o mais sensível, por seu simbolismo. A cidade de Jerusalém é sagrada para judeus, muçulmanos e também para cristãos.
Na cidade velha de Jerusalem fica a Igreja do Santo Sepulcro: ali, para os cristãos, está o Calvário onde Jesus foi crucificado e também o seu túmulo. É o lugar mais sagrado do cristianismo. Mas há também a Mesquita Al-Aqsa e o santuário Domo da Rocha, que é o lugar de onde, para os muçulmanos, Maomé subiu aos céus. Este é o terceiro local mais sagrado do Islã, depois de Meca e Medina, e faz parte da Esplanada das Mesquitas. Mas sob esta esplanada fica o muro das lamentações, a única parte visível do que, para os judeus, restou do Segundo Templo, o local mais importante para o judaísmo e o principal santuário do povo de Israel desde o século 10 antes de Cristo.
Pra Israel, Jurasalem é sua capital “eterna e indivisível”, e o país reivindicou soberania sobre toda a cidade depois de tomar a parte oriental em 1967, após a Guerra dos Seis Dias as Nações Unidas declararam essa anexação nula e sem efeito e, desde então, ratificaram essa decisão várias vezes. Por outro lado, Jerusalem é reivindicada pelos Palestinos como capital de seu futuro estado.
O que está claro é que o status de Jerusalém seria um ponto-chave para um possível pacto final entre israelenses e palestinos. A cidade já foi palco de muitos conflitos. E alguns deles, desencadearam intifadas – ou seja, revoltas – dos palestinos.
A questão de Jerusalém é um ponto importante no plano de paz recentemente apresentado pelo presidente dos Estados Unidos e pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Os palestinos rejeitaram a proposta, entre outras razões, porque implicava sua renúncia aos territórios ocupados por Israel — ilegalmente, segundo a maior parte da comunidade internacional.
Uma parte importante da comunidade internacional acha que os israelenses devem apoiar a ideia de um Estado soberano para os palestinos e suspender o bloqueio a Faixa Gaza, um bloqueio econômico e comercial imposto desde 2007, quando o Hamas ascendeu ao poder na região, com uma consequente deterioração das condições de vida da população local. E também que Israel deve remover as ocupações e as restrições de movimentação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Por outro lado, a comunidade internacional também defende que os grupos palestinos devem renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel. Mas, no momento, não parece que o conflito entre israelenses e palestinos esteja perto de se resolver.
A Editora Tabla, que tem como foco a publicação de livros referentes às “culturas do Oriente Médio e do Norte da África e seus ecos mundo afora”, liberou acesso gratuito ao e-book Dez mitos sobre Israel, do historiador israelense Ilan Pappe.