Cleópatra – A Última Rainha do Egito.
Cleópatra virou sinônimo de sedução e usou seu charme a seu favor. Cleópatra desafiou convenções sociais e expectativas de gênero, exercendo autoridade e influência política em um mundo dominado por homens. Sua capacidade de usar sua inteligência, charme e astúcia a seu favor a tornou uma figura lendária não apenas em sua época, mas até os dias de hoje.
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Cleópatra – no início 300 anos antes
Poderíamos dizer que a história de Cleópatra remonta a mais de 300 anos antes mesmo de seu nascimento, ligada ao império de Alexandre, o Grande, um líder militar proeminente da história antiga, cujas conquistas estenderam-se do Egito até a Índia, embora não seja descedente desta grande figura histórica.
Após a morte de Alexandre, seus generais, conhecidos como Diádocos, disputaram o controle das vastas terras conquistadas, resultando nas Guerras dos Diádocos. Em meio ao caos, uma série de acordos foi alcançada entre os Diádocos, estabelecendo as bases para os reinos sucessores que surgiram. Um desses acordos permitiu a divisão do Império de Alexandre entre os Diádocos. Dividir o império entre diferentes generais permitiu uma administração mais localizada e adaptada às necessidades específicas de cada região.
Reinado de Ptolomeu XII Auletes
No Egito, Ptolomeu, um dos generais de Alexandre, consolidou seu controle sobre a região do Egito e estabeleceu a dinastia ptolomaica, que governou a região por quase três séculos. Ptolomeu I e seus descendentes adotaram o título de Faraó e buscaram integrar-se à cultura egípcia para garantir suas legitimidades como governantes.
Um dos últimos representantes da dinastia Ptolomaica a governar o Egito foi Ptolomeu XII Auletes, que ascendeu ao trono em 80 a.C., e governou a região entre os séculos II e I a.C. Ptolomeu XII teve vários filhos, sendo a mais conhecida Cleópatra VII, sua filha preferida, que se tornou a última rainha da dinastia Ptolomaica ao eliminar seus irmãos um a um pelo luta do poder. Cleópatra VII foi uma das figuras mais famosas da história egípcia, lembrada por sua beleza, inteligência e habilidade política.
Nasce Cleópatra, descendente de Ptolomeu I
Cleópatra, filha de Ptolomeu XII, nasceu em Alexandria, Egito, em 69 a.C., e recebeu uma educação excepcional em astronomia, matemática, filosofia, política e línguas, incluindo o egípcio. Ela foi uma das primeiras pessoas da dinastia ptolomaica a aprender a língua egípcia e poder dessa forma se comunicar com o seu povo.
Na época em que Cleópatra nasceu o Egito vinha sofrendo uma série de intervenções dos romanos que estavam expandindo sua influência pela bacia do Mediterrâneo e chegou, por exemplo, a forçar a divisão dos domínios egípcios entre pai de Cleópatra ficou com o Egito e o irmão dele ficou com Chipre e outras ilhas da região.
Quando Cleópatra tinha uns 12 anos de idade os romanos invadiram e tomaram Chipre, o que levou o tio dela ao suicídio. Ptolomeu XII não se manifestou a respeito da morte do irmão, por não querer problemas com Roma.
Esse silêncio de Ptolomeu XII foi a gota d’água que faltava para uma parte da corte e o seus súditos se voltarem contra ele que já estavam irritados por causa da política econômica de Ptolomeu XII que estava prejudicando muito o Egito e mais ainda pelas concessões constantes que ele estava fazendo a Roma.
A revolta forçou Ptolomeu XII a deixar o país e na sua ausência o poder de faraó foi assumido por sua mulher e a filha deles, Berenice IV. Na dinastia ptolomaica, eles adotavam o antigo costume egípcio de que os governantes fossem um casal, geralmente eles eram irmãos e casados. Mas no caso da Berenice IV, quem governava era ela junto com a mãe.
Quando Ptolomeu XII abandonou o Egito só levou Cleópatra, que na época tinha 11 anos de idade. Os dois viajaram para a Grécia e de lá eles foram para Roma.
O retorno de Cleópatra para o Egito.
Ptolomeu XII conseguiu ajuda dos romanos que financiaram uma expedição que permitiria retornar ao poder no Egito. Ptolomeu XII mandou executar a própria filha Berenice, que havia tentado impedir a ação do pai.
Apesar de muitos contratempos, Ptolomeu XII conseguiu estabilizar o suficiente as finanças do Egito e assim conseguiu realizar importantes reformas e várias obras. Ele também estabeleceu em testamento onde ele colocou que o reino do Egito seria herdado tanto por Cleópatra quanto por um irmão dela, Ptolomeu XIII e consequentemente ambos teriam de se casar.
A ascensão de Cleópatra ao trono foi marcada por desafios e intrigas políticas. Após a morte de seu pai, Ptolomeu XII, Cleópatra e seu irmão, Ptolomeu XIII, assumiram o governo do Egito. No entanto, a relação entre os irmãos rapidamente se deteriorou, levando a conflitos internos e à expulsão de Cleópatra do Egito por Ptolomeu XIII.
Nessa época os romanos ainda exerciam grande influência na região e dois indivíduos desta nação foram decisivos no destino do Egito. Júlio César e Pompeu foram figuras proeminentes no período final da República Romana. Ambos eram líderes militares e políticos influentes em Roma.
Inicialmente, Pompeu e César eram aliados políticos e militares, formando parte do chamado “Primeiro Triunvirato” junto com Crasso, outro influente político romano da época. No entanto, as tensões entre Pompeu e César surgiram devido a uma série de disputas políticas e pessoais.
Após a morte de Crasso, a relação entre Pompeu e César se deteriorou ainda mais. César, então, cruzou o rio Rubicão em 49 a.C., um ato que marcou o início de uma guerra civil contra Pompeu e seus aliados. Esta guerra civil, conhecida como a “Guerra Civil de César”, resultou na derrota de Pompeu na Batalha de Farsalos, em 48 a.C.
Pompeu fugiu para o Egito, onde esperava obter ajuda de Ptolomeu XIII, O Faraó foi aconselhado a não se envolver com o desafeto de César, no entanto na esperança de agradar Júlio César mandou assassinar e decapitada de Pompeu e presenteou a sua cabeça à César, que havia seguido Pompeu até o Egito. Este ato, longe de agradar César, enfureceu-o profundamente e criou um clima de desconfiança entre ele e Ptolomeu XIII. Os Egípcios não entendiam a ética e moral romana. Além disto, Pompeu era genro de Júlio Cesar que queria capturá-lo vivo, levá-lo de volta a Roma e tentar chegar a um acordo para pacificar Roma.
Cleópatra conquista Júlio César e retorna ao poder no Egito.
Cleópatra aproveitou-se do momento em que Júlio César chegou ao Egito após a morte de Pompeu para buscar uma audiência. Ela reconheceu a oportunidade de aliar-se a César, já que ele estava furioso com Ptolomeu XIII, para fortalecer sua posição política no Egito. Diz a lenda que Cleópatra, então com cerca de 20 anos, se vestiu com suas roupas mais bonitas, se cobriu com as suas joias e foi ao encontro de Júlio César, que estava hospedado no Palácio Real, supostamente dentro de um tapete ou saco de linho, e apresentou-se a ele de uma forma dramática e impressionante.
Sua ousadia e charme conquistaram Júlio César, e os dois iniciaram um relacionamento íntimo e político. César nunca havia conhecido uma mulher igual a Cleópatra em que pudesse conversar de igual. A cultura romana era extremamente machista, muito diferente da egípcia que valorizava a mulher.
Cleópatra aproveitou essa ligação para garantir o apoio de César na luta pelo trono egípcio contra seu irmão Ptolomeu XIII, com quem ela estava em conflito pelo poder. Quanto Ptolemeu XIII descobriu que a irmã tinha se aliado ao general romano, tentou incitar a população de Alexandria contra eles, mas César não só acalmou a situação como conseguiu capturá-lo.
Nesta briga, a irmã deles, Arsinoe IV se meteu no meio e ficou do lado de Ptolemeu XIII e foi à frente dos seus exércitos junto com seu tutor Ganimedes, que conseguiu enganar César e libertou Ptolemeu XIII. Em seguida começou um cerco em Alexandria que durou meses, até que os reforços pedidos por César de Roma chegaram e assim conseguiu derrotar as forças do Ptolomeu XIII e Arsinoe em umas séries de batalhas Navais, onde Ptolomeu XIII e Ganimedes acabaram mortos. Arsinoe acabou sendo feita prisioneira e mandada para Roma e posteriormente exilada para região da Turquia.
Com a morte do irmão Ptolomeu XIII , Cleópatra assumiu o trono junto com o irmão mais novo, chamado Ptolomeu XIV, então com doze anos.
Questões políticas fizeram que César retornasse para Roma. Na época Cleópatra tinha dado a luz ao suposto filho de César, conhecido como Cesário, a qual ele nunca reconheceu como tal. Júlio César, um general e líder carismático, conseguiu consolidar um grande poder para si mesmo ao longo dos anos. Ele foi eleito cônsul em 59 a.C. e, subsequentemente, nomeado como ditador, estendendo assim seu poder sobre Roma.
As ações de César, incluindo suas reformas políticas e sua atitude autoritária, alarmaram muitos membros da elite senatorial, famílias conhecidas como a “nobreza”. Eles viam a ascensão de César como uma ameaça ao equilíbrio de poder e à própria República.
Em 15 de março de 44 a.C., conhecido como os Idos de Março, Júlio César foi assassinado em uma conspiração liderada por um grupo de senadores romanos, incluindo figuras proeminentes como Brutus e Cássio. O assassinato ocorreu no Teatro de Pompeu, durante uma reunião do Senado.
Na época da morte de Júlio César, Cleópatra estava em Roma e mantinha um intenso contato com o companheiro, mesmo ele sendo casado. Cleópatra tentava também que seu filho fosse reconhecido como herdeiro de César e assim suceder a um extraordinário império formado pelas duas poderosas nações, Roma e Egito. No entanto, César havia deixado em testamento que seu herdeiro seria seu filho adotivo e sucessor designado, Otaviano.
Assim Cleópatra, percebendo que sua vida e do filho corria perigo, e Cesário não seria reconhecido como filho de César, retornou ao Egito. Durante essa fase à medida que o irmão Ptolomeu XIV crescia aumentava suas ambições com o poder e Cleópatra viu domínio ser ameaçado. Sem nenhum remorso, mandou envenenar o irmão e assim ter poder absoluto. Como pelo costume o governo teria de ter a presença de um homem, Cleópatra nomeou seu filho Cesário co-regente com o nome de Ptolomeu XV.
Cleópatra e Marco Antônio, uma nova aliança política e amorosa.
A morte de César levou Roma a uma nova guerra civil. Marco Antônio foi um dos principais apoiadores de Júlio Cesar, se alinhou com Otaviano. Eles assumiram o controle político de Roma e buscaram vingar o assassinato de Júlio César. Proscreveram e executaram muitos dos conspiradores envolvidos no assassinato de César.
Marco António, um excelente estrategista militar, sabia que precisava da ajuda dos Egípcios com seus vastos recursos. Pediu ajuda à Cleópatra que percebendo a nova oportunidade reuniu todos os seus navios e rumou pessoalmente à Grécia onde estava sendo o foco da disputa para tentar ajudar Marco Antônio e Otaviano.
Além desta campanha Cleópatra e as forças militares do Egito se envolveram em outras batalhas ao lado de Marco Antônio formando uma aliança que ia muito além da estancia política com envolvimento intimo e amoroso. Marco Antônio ajudou Cleópatra a reconquistar parte dos antigos territórios que haviam pertencido ao Egito no passado. Ela tinha um sonho de tornar o Egito novamente poderoso e próspero como já tinha sido.
Marco Antônio conviveu com Cleópatra no Egito durante anos ostentando muita riqueza e luxo, sem entanto esquecer os seus interesses em Roma. Assim em meados de 40 a.C. Marco Antônio deixou Alexandria e os dois ficaram sem se rever por três anos. Cleópatra estava grávida de Marco Antônio e deu à luz ao um casal de gêmeos.
Quando eles se reencontraram em 37 a.C. , os dois fizeram planos como Aliados militares para reorganizar os domínios romanos no oriente médio e Cleópatra recebeu ainda mais poder e mais domínios, incluindo partes da Fenícia e da Palestina.
Cleópatra acompanhou Marco Antônio no início de uma expedição militar e então ela retornou ao Egito para o parto de mais um filho deles, que recebeu o nome de Ptolomeu Filadelfo, que acabou também sendo reconhecido como filho pelo Marco Antônio.
A união dos dois acabou virando um problema para Marco Antônio porque em Roma ficou claro que ele tinha deixado sua esposa oficial de lado, para ficar com a Cleópatra. Outra coisa que deixou os romanos irritados foi que Cleópatra tinha convencido Marco Antônio a declarar o filho que ela teve com César como verdadeiro o Herdeiro do César no lugar do Otaviano. Em 33 a.C. Efetivamente, Antônio declarou Cesário como o verdadeiro Herdeiro do Júlio César numa tentativa de minar o poder do Otaviano, que outrora eram alinhados.
Quando Otaviano conseguiu voltar a ser eleito Cônsul, decidiu declarar guerra contra Cleópatra sob o pretexto de que ela estava ajudando um levantamento contra Roma. A campanha foi o sucesso para o Otaviano é um fracasso para o Marco Antônio e Cleópatra que acabaram fugindo de volta para Alexandria.
Otaviano começou uma expedição contra o Egito na primavera de 30 a.C Marco Antônio conseguiu mobilizar várias tropas que ainda eram fiéis a ele e até conseguiu algumas vitórias, mas em depois a sua Frota acabou se rendendo a Otaviano.
O fim do império de Cleópatra.
Ao ver que a guerra contra Roma estava perdida, Cleópatra preferia morrer a ser capturada e levada acorrentada como um troféu à Roma. Então ela se escondeu em sua tumba e isto levou a muitos pensar que estava morta, inclusive esta versão chegou a Marco Antônio que ao imaginar que rinha perdido o amor de sua vida, tirou a própria vida.
Então Cleópatra enclausurada com duas de suas servas dentro da sua tumba e acredita-se que ela conseguiu contrabandear para dentro desse local um cesto de figos e onde havia uma espécie de víbora dentro escondida. Com ajuda da cobra Cleópatra conseguiu se matar aos 39 anos.
Cleópatra personifica a ideia de que o poder verdadeiro não reside apenas na força militar ou na riqueza, mas sim na inteligência, na determinação e na capacidade de desafiar as normas estabelecidas. Sua vida e seu legado permanecem como um lembrete duradouro da importância da coragem, da ousadia e da busca pela grandeza, independentemente dos obstáculos enfrentados.
Curiosidades:
Veja ainda no webbin a série: One Piece – A Épica Jornada de Piratas e Aventuras.